Água de Porto Alegre com cor diferente? Confira para entender o que pode causar
Qualidade do ar prejudicada e novos desafios para a saúde e meio ambiente
Fumaça no ar pode mudar coloração de águas em Porto Alegre
Nos últimos dias, o Rio Grande do Sul tem sofrido com uma queda notável na qualidade do ar devido à fumaça de queimadas que se originaram em outras partes do Brasil. Essa nuvem de poluentes não está apenas obscurecendo o céu do Estado, mas pode também alterar a cor da água da chuva, um efeito colateral inesperado dessas queimadas.
Desde o início do mês, o céu no Rio Grande do Sul tem exibido uma tonalidade mais opaca, e os pores do sol avermelhados servem como um sinal claro da presença de fumaça. Francisco Aquino, climatologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que essa situação é resultado de uma combinação de fatores climáticos adversos, incluindo baixa umidade, ondas de calor e bloqueios atmosféricos.
Leia mais:
Grêmio trabalha definição de futuro de Rodrigo Caio
Ação policial em São Leopoldo: Operação Consoante desmantela organização criminosa
Mudança na cor da água pode trazer riscos à saúde
Segundo Aquino, o material particulado presente na atmosfera pode ser visível na água da chuva, alterando sua coloração. “Quem coleta água da chuva pode notar uma coloração diferente devido ao material depositado junto,” alerta o especialista.
O cenário, notado em Porto Alegre e no restante do estado, é preocupante não apenas pela mudança estética, mas também pelos riscos à saúde. A pneumologista Caroline Freiesleben adverte que o aumento de poluentes no ar pode inflamar as vias aéreas. “É crucial que as pessoas se mantenham hidratadas e, para quem está mais exposto ou possui doenças pulmonares, o uso de máscara é recomendável,” destaca Freiesleben.
O Rio Grande do Sul já enfrenta desafios similares desde o início da década, com anos consecutivos de estiagem que intensificaram queimadas e incêndios florestais. O major Silvano Oliveira Rodrigues, da Câmara Técnica de Combate a Incêndios Florestais, enfatiza que a combinação de longos períodos sem chuva, baixa umidade e altas temperaturas torna o Estado particularmente vulnerável a incêndios durante o verão.
Imagem destaque: Ivete de David/Arquivo pessoal