Aluguel em Porto Alegre atinge novo recorde e bate marca histórica de alta
Com aumento de 20% em um ano e recorde no metro quadrado, o mercado imobiliário da capital gaúcha reflete os impactos da tragédia ambiental
Porto Alegre registra número histórico com relação ao aluguel
Porto Alegre vive um momento inédito no mercado de locação. O valor médio do aluguel chegou a R$ 37,14 por metro quadrado em agosto, marcando o maior aumento já registrado na série histórica do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb, que acompanha esses dados desde 2019. O crescimento anual ultrapassou, pela primeira vez, os 20%, enquanto a alta mensal foi de 3,85% em comparação com julho.
O cenário de alta acelerada nos preços reflete o impacto da tragédia ambiental que atingiu o Rio Grande do Sul em maio deste ano. Segundo Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar, “Os dados consolidam um cenário de aceleração no preço nunca antes visto na cidade, reflexo da tragédia ambiental, cujos impactos têm sido sentidos no mercado de locação de forma bastante expressiva.”
Entre os tipos de imóveis, as residências de três dormitórios destacam-se com a maior alta mensal já registrada: 3,28%, atingindo um custo médio de R$ 35,29/m². Já os apartamentos de um e dois quartos não ficaram atrás, com aumentos acumulados em um ano superiores a 20%. Os apartamentos de um quarto, por exemplo, foram negociados a R$ 41,96/m², enquanto os de dois dormitórios alcançaram R$ 36/m².
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Enchentes afetam diretamente em alugueis de Porto Alegre
O aumento na demanda por áreas mais elevadas e menos suscetíveis a inundações tem contribuído para a valorização de imóveis em 38 dos 42 bairros pesquisados. O bairro do Humaitá, severamente afetado pelas enchentes, registrou a maior queda: -2,8%. Reis observa que “Regiões mais afastadas e com menos risco de inundações têm sido mais procuradas. O problema é que não há tantos imóveis disponíveis, o que tem feito com que a demanda aumente, pressionando os preços para cima nessas localidades.”
Além disso, o mercado está tão aquecido que o percentual de desconto nas negociações em agosto foi o menor já registrado: 2,9%. O cenário é um reflexo claro da crescente pressão nos preços e na demanda por imóveis na capital gaúcha.
