Aumento no café faz donos de estabelecimentos repensarem estratégias do produto
A alta do café deve persistir e empreendimentos se adaptam para nova realidade

Alta no preço do café impacta consumidores e empresários em Porto Alegre
O preço do café moído aumentou 66,12% nos últimos 12 meses em Porto Alegre, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O produto já é encontrado por até R$ 35 nos supermercados da Capital, afetando diretamente cafeterias e torrefações, que precisaram se adaptar às mudanças.
Empreendedores do setor relatam dificuldades para absorver os custos. Félix Zucco, dono da micro torrefação Síndico Torra e Café, viu o valor da saca de 60 kg de café verde dobrar, saltando de R$ 1,3 mil para mais de R$ 3 mil.
“É financeiramente difícil, não conseguimos repassar todo esse aumento para o consumidor”, explica.
A alta no preço do café é atribuída a fatores climáticos, como destacou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, em entrevista à Rádio Gaúcha. Segundo ele, eventos climáticos no Brasil e no mundo devem manter os preços elevados.
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Apesar do aumento, empresários do setor veem uma oportunidade. Com o café de supermercado mais caro, alguns apostam na migração dos consumidores para cafés especiais.
“O preço do café tradicional se aproximou do gourmet, o que pode atrair novos clientes para cafés de maior qualidade”, afirma Lucas Eibis, do Café Porto Farrô.
Para minimizar os impactos, negócios do setor adotam estratégias como redução de margens de lucro, eventos promocionais e reforço na comunicação com os clientes. Guert Schinke, da Baden Torrefação, aposta que a demanda continuará crescendo, apesar dos desafios. “Queremos tornar o café especial mais acessível, sem prejudicar a remuneração dos produtores e baristas”, destaca.
Enquanto o mercado se ajusta, consumidores seguem pagando mais caro pelo cafezinho diário, refletindo um cenário de inflação e desafios para o setor.