Corredora denuncia assedio sexual no parque Redenção em Porto Alegre
Aline Davila enfrenta o medo e compartilha experiência para promover mudanças efetivas no famoso parque de Porto Alegre
Assedio sexual aconteceu na Redenção
Aline Davila, uma dedicada assistente social, escolhe o Parque da Redenção, em Porto Alegre, como cenário para suas corridas matinais há mais de três anos. No entanto, o que deveria ser um momento de conexão com a natureza e consigo mesma se transformou em um episódio traumático na última quarta-feira (3).
“Fui chamada através de um assobio e logo depois entendi que estava acontecendo alguma movimentação que ultrapassava só aquele chamado. Possivelmente, a pessoa estava tendo alguma ação ali de masturbação mesmo”, relata Aline, com coragem ao compartilhar sua experiência.
Diante da situação de vulnerabilidade, Aline reagiu com determinação: “A revolta e a raiva me fizeram gritar”, conta ela. Seu grito alertou seu treinador, que estava distante, e afastou o agressor. Infelizmente, ao buscar ajuda da Guarda Municipal, Aline encontrou mais frustração do que suporte adequado.
Leia mais:
Usuários de transporte público na região metropolitana de Porto Alegre reclamam de serviço demorado
Irmã de homem torturado por policiais em Porto Alegre solta o verbo sobre assassinato
Assedio trouxe à tona outras lembranças para Aline
A repercussão do incidente nas redes sociais foi imediata, com outras mulheres compartilhando experiências similares de assedio. Juntas, elas iniciaram um movimento autônomo para discutir medidas de segurança e apoio mútuo. Um abaixo-assinado com mais de três mil assinaturas e uma corrida coletiva marcada para sábado (13) são algumas das iniciativas tomadas em resposta aos recentes casos de assédio.
“A corrida será um ato de resistência e solidariedade entre mulheres de todas as idades e experiências”, explica Aline, enfatizando a importância de medidas permanentes para garantir a segurança nos espaços públicos.
A história de Aline também resgatou memórias dolorosas de sua infância, quando foi vítima de uma situação similar. A corrida se tornou, para ela, não apenas uma forma de exercício físico, mas um instrumento de autoconhecimento e superação pessoal.
Enquanto isso, autoridades locais se comprometeram a intensificar a vigilância no Parque da Redenção, mas é fundamental, como destaca a delegada Fernanda Campos Hablich, da Delegacia da Mulher, que casos de importunação sexual sejam formalmente reportados para que medidas efetivas possam ser implementadas.
Imagem destaque: Reprodução