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Desabrigados ocupam diversos prédios de Porto Alegre. Entenda o movimento

Famílias desalojadas encontram moradia em prédios abandonados enquanto enfrentam desafios após as enchentes históricas

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FOTO: BRUNO PERES/AGÊNCIA BRASIL/desabrigados

Enchentes deixam desabrigados, que ocupam prédios de Porto Alegre

Nos últimos meses, Porto Alegre testemunhou um aumento significativo nas ocupações de prédios abandonados, impulsionadas pelas recentes enchentes que devastaram a região. Desde maio, pelo menos quatro ocupações emergiram no centro da capital gaúcha, todas iniciadas por famílias que buscavam uma alternativa aos abrigos tradicionais.

A mais recente dessas ocupações, batizada de Ocupação Desalojados pela Enchente Rio Mais Grande do Sul, abriga cerca de 120 pessoas em um antigo hotel no centro histórico. Liziane Pacheco Dutra, uma das ocupantes, compartilhou sua história após sua casa ter sido inundada até o telhado no bairro Rio Branco: “Não adianta reformar minha casa. Se eu voltar pra lá, a primeira chuva forte que der, enche tudo.”

Essas ações refletem o agravamento do déficit habitacional na cidade, exacerbado pelas enchentes que deslocaram mais de 388 mil pessoas em todo o estado. Carlos Eduardo Marques, pedreiro e morador da ocupação, descreveu a decisão difícil de buscar abrigo em um prédio abandonado depois de perder tudo no bairro Sarandi: “Nós estamos lutando e acolhendo famílias.”

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Justiça prevê prazo para desocupação de desabrigados

Além da ocupação no antigo Hotel Arvoredo, outros prédios foram ocupados com propósitos similares. O Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) iniciou uma ocupação em um prédio da prefeitura, enquanto o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) liderou a ocupação Maria da Conceição Tavares em homenagem à economista falecida.

As ocupações não estão isentas de desafios legais, com prazos estabelecidos para desocupação pela Justiça. Contudo, as famílias resistem, recusando-se a serem realocadas para abrigos temporários ou cidades transientes, buscando uma solução digna e permanente para suas necessidades habitacionais.

Enquanto as negociações seguem em várias frentes entre ocupantes, movimentos sociais e autoridades, uma realidade persiste: a necessidade urgente de moradia acessível e segura para os mais afetados pelas recentes tragédias climáticas em Porto Alegre.

 

 

 

 

Imagem destaque: Bruno Peres/Agência Brasil/desabrigados

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