Escritor denúncia racismo de policiais em Porto Alegre
Incidente no Parque da Redenção levanta debate sobre perfilamento racial
Livro fala sobre abordagens policiais, diz o escritor
O escritor Jeferson Tenório utilizou suas redes sociais nesta terça-feira para expor uma abordagem policial que sofreu enquanto participava de uma sessão de fotos para o jornal The New York Times, no Parque da Redenção, em Porto Alegre. O incidente ocorreu sob a alegação de que ele teria sido confundido com um traficante devido às suas características físicas.
Tenório, autor do livro “O Avesso da Pele”, que aborda justamente casos de violência policial contra homens negros, relatou que esta foi a décima sexta vez que foi abordado pela polícia em sua vida. A situação se deu enquanto ele colaborava com uma matéria sobre sua obra, cujo foco é o perfilamento racial, prática que utiliza critérios subjetivos para abordar indivíduos.
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Escritor estava em sessão de fotos para seu novo livro
O escritor descreveu o momento da abordagem como intimidatório, destacando que, mesmo diante da presença de um fotógrafo branco do The New York Times, foi ele quem enfrentou a maior parte da atenção e suspeição por parte dos policiais. Segundo Tenório, as armas foram apontadas para eles e a revista ocorreu sem consideração pelo contexto da sessão de fotos.
“Estava tirando fotos para uma reportagem sobre meu livro, que discute exatamente a violência policial, e me vejo vítima dessa mesma violência”, afirmou o escritor em seu desabafo. Ele ressaltou a ironia de ser abordado justamente próximo a uma estátua com semelhanças a um símbolo nazista, enquanto o foco de sua obra é combater as injustiças raciais.
O episódio reacende o debate sobre as práticas policiais e o tratamento diferenciado baseado em raça e aparência física. A polícia alegou ter recebido uma denúncia anônima, mas Tenório questiona a justificativa para a abordagem desproporcional e o tratamento desigual entre ele e o fotógrafo.
Imagem destaque: Divulgação/Ravi Novaes
