Médico do Samu de Porto Alegre é investigado por escândalo contra a vida de paciente
Gravação revela desligamento de chamada enquanto paciente idosa precisava de ajuda urgente
Mediador do SAMU encerra atendimento e deixa idosa sem amparo
A Polícia Civil de Porto Alegre está investigando um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da cidade por omissão de socorro após o falecimento de Edith Carvalho da Silva, 73 anos, no bairro Belém Velho, Zona Sul da capital gaúcha. Segundo uma gravação obtida pelo GDI, o profissional teria encerrado a ligação de forma deliberada enquanto familiares da paciente tentavam desesperadamente obter assistência para a idosa, que sofria de problemas cardíacos e diabetes.
O incidente ocorreu em novembro do ano passado, quando Edith começou a passar mal em casa e seus filhos ligaram para o Samu. A filha da paciente, Jaqueline Carvalho da Silva, técnica de enfermagem, relatou que o médico regulador insistiu em falar diretamente com a mãe, ignorando que ela já não tinha condições de se comunicar devido à gravidade de seu estado de saúde.
A gravação revela a tensão do momento, onde a filha de Edith, exasperada, tenta explicar a situação ao médico, que eventualmente decide encerrar a ligação abruptamente. Após o incidente, a família levou a idosa por conta própria ao hospital, mas ela veio a falecer cerca de três horas depois.
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Delegacia abre inquérito sobre caso de médico do SAMU
O caso provocou indignação e gerou repercussão, levando o professor Délio José Kipper, especialista em Bioética Clínica da PUCRS, a criticar a conduta do médico, citando violações éticas evidentes no Código de Ética Médica.
Diante da denúncia, a delegada Ana Caruso, da Delegacia do Idoso da Capital, abriu um inquérito para investigar a omissão de socorro, enquanto a Secretaria de Saúde de Porto Alegre anunciou a abertura de sindicância para apurar o ocorrido. No entanto, a identificação do médico responsável tem se mostrado desafiadora, com a delegacia enfrentando obstáculos para obter informações da instituição.
Após diversas tentativas frustradas de contato, a delegada Ana Caruso expressou preocupação com a possível obstrução das investigações, destacando a necessidade de responsabilização diante da gravidade do caso.
O GDI conseguiu confirmar, por meio de múltiplas fontes, que a voz na gravação pertence ao médico César Volésio Ribeiro Carvalho. A Secretaria de Saúde de Porto Alegre respondeu aos questionamentos da polícia e afirmou estar cooperando integralmente com as investigações em curso.
Imagem destaque: Cristine Rochol/PMPA / samu