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Moradores do Lami, em Porto Alegre, aguardam laudo para reconstruir o bairro

Moradores enfrentam incertezas enquanto aguardam ações concretas da prefeitura

Moradores do Lami, em Porto Alegre, aguardam laudo para reconstruir o bairro
Foto: Joana Berwanger/Sul21

Bairro de Porto Alegre sofreu muito com as enchentes

No bairro Lami, localizado no extremo Sul de Porto Alegre, a vida ainda não voltou ao normal para os moradores após a devastadora enchente de maio. Apesar dos esforços da prefeitura em realizar serviços emergenciais de conservação das vias, a comunidade vive na expectativa de uma verdadeira revitalização até o próximo verão. A situação é ainda mais preocupante para aqueles que aguardam as avaliações de casas e terrenos, um requisito para a liberação do benefício de compra de imóveis.

Leonel Hoch, conhecido como Nelinho, residente do Lami há mais de seis décadas, passou seu último domingo sob o sol fazendo a limpeza do terreno onde antes ficavam cinco casas. Entre os destroços, uma bandeira do Brasil presa na cerca desde a enchente, um símbolo de resistência em meio ao caos. Para Nelinho e muitos outros moradores, a incerteza é dolorosa. Ele teme ser obrigado a se mudar para um lugar distante, onde não tem raízes, o que poderia afetar seriamente sua saúde já debilitada.

“Aqui é meu paraíso, tenho passarinhos que comem na minha mão. Se nos dessem o dinheiro, poderíamos comprar onde quiséssemos, mas querem nos empurrar. Como vou sair daqui? Eles querem nos forçar a ir contra nossa vontade, sem considerar nossos laços com este lugar”, desabafa Nelinho, preocupado com o futuro incerto das famílias afetadas pela enchente.

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Moradores ainda esperam medidas da Prefeitura de Porto Alegre

O processo de avaliação das residências está em andamento, porém muitas dúvidas persistem entre os moradores, especialmente aqueles cujas casas foram transformadas em escombros. Antônia Hoch, também moradora do bairro, prevê que os processos serão morosos e não espera ações concretas até depois do período eleitoral.

Simone Somensi, titular da Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária, esclarece que as equipes técnicas iniciaram as avaliações das residências em julho. Até o momento, foram concluídos 3.400 laudos na primeira etapa, que serão validados pela Defesa Civil Nacional para a liberação do benefício de compra assistida, com um valor máximo de R$ 200 mil para aquisição de novos imóveis.

Apesar das dificuldades e das expectativas não atendidas até o momento, Somensi destaca o compromisso da prefeitura em seguir com os programas habitacionais emergenciais. Ela reconhece as ansiedades da comunidade e promete agir dentro das possibilidades para oferecer respostas às necessidades dos moradores afetados pela tragédia.

 

 

 

Imagem destaque: Joana Berwanger/Sul21

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