Moradores de Porto Alegre cobram atitudes sobre enchentes na capital
Reunião na Câmara Municipal aponta medidas emergenciais e críticas à resposta do governo
Moradores da Cidade Baixa, em Porto Alegre, se reuniram para cobrar responsáveis
Na tarde de ontem (10/9), a Comissão do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu para discutir as recentes cheias e alagamentos que afetaram a Cidade Baixa e bairros vizinhos. A sessão, proposta e conduzida pelo vereador Pedro Ruas (PSOL), trouxe à tona as preocupações de comerciantes e residentes, além de apresentar o panorama das medidas de resposta e prevenção.
A vice-presidente da associação “Viva a CB”, Roberta Pierri, relatou o impacto devastador das enchentes em seu estabelecimento na Rua João Alfredo. As águas alcançaram 1,60 metros de altura, causando estragos significativos. “A inundação foi a gota d’água para um setor já em crise,” afirmou Pierri, destacando o sofrimento contínuo do comércio local exacerbado pela pandemia e pela falta de recuperação econômica.
Representando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), o arquiteto Alexandre Dal Pizzol apresentou o “Plano de Adaptação e Contingência de Desastres Climáticos”. O plano inclui a instalação de dez totens em áreas mapeadas como de risco, além de treinamento para a Defesa Civil. No entanto, o projeto ainda não abrange a Cidade Baixa, embora haja planos para expansão futura.
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Marco Faccin, do DMAE, discutiu as falhas no sistema de proteção de cheias, destacando que, apesar da manutenção, o sistema não estava preparado para o volume extremo de água enfrentado. O diretor admitiu deficiências no projeto e revelou que novas soluções estão em desenvolvimento.
O Procon também se fez presente, oferecendo suporte para as vítimas das enchentes em parceria com outras entidades. O diretor Rafael Gonçalves anunciou atendimento especializado para questões de água, energia e telecomunicações.
A reunião culminou com o envio de um manifesto pelo “Coletivo Cidade Baixa de Lutas”, que critica a gestão pública de Porto Alegre e exige uma resposta mais robusta para enfrentar desastres climáticos futuros.