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Morte de bugios tem crescimento acentuado em Porto Alegre

Mortes e ferimentos alarmantes entre primatas alertam para necessidade de medidas urgentes

Morte de bugios tem crescimento acentuado em Porto Alegre
Mariano Pairet / Arquivo Pessoal / Bugios

Bugios registram alto número de mortes

Percorrer as matas da zona sul de Porto Alegre deveria ser uma experiência de conexão com a natureza, mas para os bugios-ruivos, tem sido uma tragédia crescente. Este ano, pelo menos nove desses bugios perderam suas vidas e outros três ficaram feridos gravemente ao serem eletrocutados em cabos de energia elétrica. Esse índice alarmante de letalidade, atingindo 75%, é o mais alto dos últimos seis anos, revela um mapeamento conduzido pelo projeto Macacos Urbanos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A situação levou o Ministério Público a agir, movendo uma ação civil pública contra a CEEE Equatorial, responsável pela rede elétrica na região. O processo, iniciado após a descoberta macabra de um bugio pendurado na fiação por cinco dias, busca exigir da empresa medidas preventivas eficazes. Desde a privatização da CEEE em 2021, as mortes dos primatas têm aumentado, colocando em evidência a necessidade urgente de proteger essa espécie ameaçada.

Os bugios-ruivos, uma das 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo, habita áreas entre a Reserva Biológica do Lami e o Parque Estadual de Itapuã, enfrentando os desafios da urbanização crescente e da fragmentação de seu habitat natural. Com a falta de vegetação contínua, esses animais são forçados a cruzar cabos de energia, tornando-se vulneráveis a descargas elétricas que, além de fatais, causam mutilações severas, muitas vezes exigindo amputações dolorosas.

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Última morte de bugio ocorreu no Lami

Itatiele Vivian, veterinária do projeto Macacos Urbanos, relata que os choques elétricos são responsáveis por mais da metade das mortes registradas desde 2018. Os sobreviventes frequentemente requerem cuidados intensivos por meses, resultando em custos significativos para as entidades de proteção animal.

Apesar das medidas adotadas anteriormente pela CEEE Equatorial, incluindo um plano de prevenção estabelecido em acordo com o Ministério Público, as mortes persistem. O último incidente ocorreu recentemente no bairro Lami, sublinhando a urgência de soluções eficazes e sustentáveis para proteger esses animais e evitar interrupções no fornecimento de energia.

Enquanto o processo judicial segue em sigilo, espera-se que um acordo abrangente possa ser alcançado em breve, garantindo compensações adequadas às perdas já ocorridas e financiando políticas públicas para a proteção da vida selvagem. A questão não é apenas ambiental, mas também ética, ressaltando a necessidade de conciliar o desenvolvimento urbano com a preservação da biodiversidade que compartilha nosso ambiente.

 

 

 

Imagem destaque: Mariano Pairet / Arquivo Pessoal

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