Ministério Público Federal investiga se empresa sucateou sistema anti cheias em Porto Alegre
Fraport é acusada de comprometer sistema de drenagem em ampliação do Salgado Filho
Fraport está sendo investigada por sistema do Aeroporto de Porto Alegre
O Ministério Público Federal (MPF) está investigando uma denúncia explosiva envolvendo a Fraport, administradora do Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre. O deputado estadual Matheus Gomes (Psol) acusa a empresa de realizar obras de expansão que ignoraram normas técnicas, resultando no comprometimento do Sistema de Proteção Contra Cheias (SPCC) da cidade.
Segundo Gomes, a Fraport teria executado as obras sem seguir as recomendações de segurança necessárias para evitar impactos significativos no sistema de drenagem local durante períodos de chuvas intensas. Além disso, o deputado alega que a empresa dificultou a fiscalização das obras, o que teria contribuído para a situação problemática.
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A denúncia foi protocolada junto ao MPF, que agora analisa os documentos apresentados pelo parlamentar. Entre os pontos levantados estão informações de pareceres técnicos do extinto DEP e do Dmae, além de documentos da própria Fraport, que segundo Gomes, indicam que a empresa tinha conhecimento prévio dos riscos envolvidos.
A Fraport, por sua vez, nega veementemente as acusações. Em comunicado oficial, a concessionária defende que todas as obras foram devidamente autorizadas e acompanhadas pelas autoridades competentes. A empresa também destaca ter investido significativos R$ 170 milhões em melhorias no sistema de micro e macrodrenagem, visando beneficiar diretamente a população do entorno do aeroporto.
O caso levanta debates sobre a responsabilidade na gestão de obras de infraestrutura urbana, especialmente em áreas sensíveis como a de Porto Alegre, próxima ao Rio Gravataí. A Cauge e outros órgãos municipais alertaram para os potenciais riscos das obras de expansão, sugerindo que as mesmas deveriam ser cuidadosamente planejadas e executadas para minimizar impactos negativos.
Agora, o MPF aguarda análise inicial para decidir sobre os próximos passos da investigação. Enquanto isso, a cidade e seus moradores seguem atentos aos desdobramentos deste conflito entre interesses públicos e privados, que promete continuar gerando repercussões significativas para o futuro da infraestrutura urbana da região.
Imagem destaque: Jefferson Botega / Agencia RBS