Na tarde da última segunda-feira (9), o 3° Batalhão Ambiental da Brigada Militar (3° BABM) flagrou um desmatamento alarmante no interior de Soledade, um município com 29,9 mil habitantes localizado no norte do Rio Grande do Sul. O prejuízo ambiental foi significativo: uma área de Mata Atlântica equivalente a quase três campos de futebol oficiais foi devastada.
A detecção da destruição veio através da plataforma MapBiomas, um sistema avançado que rastreia desmatamentos e cruza dados com autorizações e embargos ambientais. A análise revelou que a área desmatada foi tratada com destoca, uma técnica que utiliza equipamentos para remover raízes e troncos sem comprometer o solo. Entre as árvores derrubadas estavam espécies nativas como aroeira, angico e coqueiro-jerivá.
Após a constatação, o 3° BABM entrou em contato com o Órgão Ambiental licenciador, que confirmou que nenhum alvará havia sido emitido para o manejo florestal na área. O proprietário da terra foi identificado e agora enfrentará penalidades conforme a lei nº 9.605/1998, que prevê penas que vão de multas a detenção de um a três anos.
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Polícia Militar afirma não ser caso isolado
Infelizmente, o desmatamento em Soledade não é um caso isolado. Um levantamento recente de GZH apontou que a cidade lidera o ranking de áreas desmatadas na Região Norte do estado. De 2019 a 2024, a área devastada saltou de 81,7 para 86,6 hectares, com 32 alertas registrados este ano.
Para combater o problema, o Departamento Ambiental de Soledade, ativo desde 2012, trabalha em colaboração com o BABM. O foco é a conscientização sobre a necessidade de licenças e a transparência no acesso às informações ambientais, apoiados pelos alertas do MapBiomas.