Em Porto Alegre, Comerciantes se reerguem no entorno da Arena do Grêmio
Quase quatro meses após as enchentes, a resiliência da comunidade e a volta dos eventos esportivos trazem esperança renovada
Região da Arena do Grêmio, em Porto Alegre, tem retorno de comerciantes
A zona Norte de Porto Alegre ainda carrega as cicatrizes das enchentes que devastaram a área em maio. Embora a água tenha recuado e os bloqueios de tráfego tenham sido levantados, as marcas nas paredes e muros permanecem visíveis, especialmente na Vila Farrapos e no bairro Humaitá. Muitos dos imóveis atingidos chegaram ao segundo andar com as águas. A reconstrução é lenta, mas não está estagnada.
Nos últimos dias, a área ao redor da Arena do Grêmio tem visto um renascimento comercial. A reabertura do estádio, que volta a receber jogos a partir deste domingo, traz uma lufada de ar fresco para os bares locais, que se preparam para receber uma nova onda de clientes. O movimento positivo é um alívio bem-vindo para os proprietários, que estão ansiosos para restaurar a rotina e as finanças.
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Em um dos bares identificados com o Grêmio, na esquina da avenida Padre Leopoldo Brentano com a rua Monsenhor Arthur Wickert, Éder Silva Goulart, atendente, se esforçava para limpar os refrigeradores com um lava-jato na manhã de quarta-feira. As garrafas sujas estavam sendo preparadas para devolução e troca com a distribuidora de bebidas. Goulart, que vive na Vila Asa Branca, um dos bairros mais afetados, expressou uma mistura de esperança e realismo sobre o retorno do negócio. “Ainda não vamos lucrar como antes, mas já é um bom começo”, afirmou ele.
Goulart, que perdeu muito com a enchente — a água chegou a mais de três metros em sua casa —, contou que, apesar da falta de auxílio governamental, recebeu apoio de amigos e da comunidade. “Agradeço ao público da Arena que vem para os jogos; isso ajuda muito a manter o bar aberto”, disse ele. Ele também mencionou o papel importante dos amigos que trabalham em lojas de materiais de construção, que o ajudaram a substituir o telhado danificado, além das doações de alimentos. “Meu pai sempre me ensinou a nunca parar. Esse é o exemplo que sigo”, concluiu.
O retorno dos eventos no estádio e a resiliência da comunidade são sinais promissores para a recuperação completa da zona Norte.
