Porto Alegre enfrenta crise nas ciclovias: Interdições e descontentamento entre ciclistas
Nove trechos dos taludes do Arroio Dilúvio precisam de reparos urgentes, afetando a ciclovia da Avenida Ipiranga e gerando frustração entre os usuários
Ciclovia de importante avenida em Porto Alegre segue com muitos problemas
Porto Alegre está passando por uma fase complicada no que diz respeito à infraestrutura cicloviária. Nove trechos dos taludes do Arroio Dilúvio necessitam de reparos, o que tem levado à interdição de vários segmentos da ciclovia na Avenida Ipiranga. Essa situação não só limita o trajeto dos ciclistas, como também está gerando um crescente descontentamento entre os que dependem das ciclovias para se locomover.
José Lucas, de 45 anos, é um exemplo de como a falta de manutenção afeta o dia a dia dos ciclistas. Há uma década utilizando a bicicleta como meio de transporte, ele destaca que “a única parte boa para andar de bicicleta é na Orla do Guaíba. O resto está interditado ou com problemas no calçamento”. Lucas não hesita em comparar a realidade local com outras grandes cidades: “São Paulo tem 900 km de ciclovia, enquanto aqui temos apenas 62 km, se não me engano.”
Fabio, de 42 anos, compartilha uma preocupação similar. Usando a bicicleta como principal meio de transporte há cinco anos, ele se vê enfrentando a interdição de diversos trechos, o que compromete sua segurança. “Eu percorro praticamente toda a ciclovia da Ipiranga, tanto para ir à academia quanto ao trabalho. Há muitos trechos onde não é possível passar”, diz Fabio, que também expressa insegurança com as rampas de acesso temporárias instaladas para contornar os trechos interditados.
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A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) havia planejado liberar um trecho da ciclovia entre as avenidas João Pessoa e Salvador França, mas a previsão de chuva forçou o cancelamento. Assim, 60% da ciclovia, do Edvaldo Pereira Paiva até a Salvador França, ainda está disponível, mas o trecho da Salvador França até a Antônio de Carvalho continua interditado.
Enquanto isso, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) promete agilizar o processo de recuperação. Um edital para o primeiro trecho do talude será publicado em breve, e a análise técnica para consolidar outros trechos está em andamento. Contudo, o Dmae já alertou que o processo é complexo e que um edital anterior resultou em falta de interessados.
Imagem destaque: Ricardo Giusti