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Porto Alegre: Confira o estrago gerado pelas chuvas no bairro Sarandi

Moradores enfrentam desafios e perdas históricas após inundação devastadora em Porto Alegre

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Jefferson Botega / RBS

Bairro de Porto Alegre foi um dos mais afetados pelas enchentes

A rotina no bairro Sarandi, em Porto Alegre, foi abruptamente interrompida pelo avanço implacável das águas. O que começou como uma inundação isolada logo se transformou em uma calamidade que abalou toda a comunidade. Denise Antunes, comerciante local, recorda com pesar o momento em que decidiu deixar sua casa diante da água que subia a uma velocidade assustadora, atingindo níveis jamais vistos.

“Só pensei que tínhamos que colocar os documentos, algumas roupas e os três gatos no carro e sair. Eu vi a água vindo e subiu rápido”, conta Denise, cuja residência foi uma das mais afetadas pela enchente histórica.

O desastre não foi apenas uma questão de sorte ou azar, mas um alerta claro sobre as vulnerabilidades estruturais do Sarandi, o bairro mais afetado pela tragédia de 2024 em Porto Alegre. Segundo dados do painel interativo da prefeitura, mais de 26 mil pessoas foram diretamente impactadas pela inundação.

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Enchente expôs falhas estruturais de Porto Alegre

Localizado às margens do Rio Gravataí e do Arroio Feijó, o Sarandi enfrenta recorrentes desafios com as enchentes, apesar dos esforços históricos em infraestrutura de proteção. “Eu senti que a argila do dique começou a se mover, eu vi que ia ceder”, relata Paulo Fernandes, morador próximo à estrutura que falhou durante a enchente.

A resposta inicial das autoridades locais foi questionada pelos residentes, que clamavam por um alerta mais incisivo diante do iminente colapso dos diques. “Se tivessem dado um alerta maior, eu teria contratado um caminhãozinho de frete pra levar as nossas coisas”, lamenta Denise.

O impacto não se limitou à perda de residências e pertences pessoais. A enchente também expôs falhas críticas no planejamento urbano e na manutenção das estruturas de defesa contra cheias. Maurício Loss, do DMAE, reconhece que a falta de manutenção adequada contribuiu para a magnitude do desastre.

Com estimativas de reassentamento e reconstrução significativas pela frente, a cidade enfrenta um aumento no déficit habitacional e desafios financeiros consideráveis. O futuro do Sarandi dependerá não apenas da reconstrução, mas também de um reexame profundo das políticas de prevenção e infraestrutura urbana.

Enquanto isso, estudos estão sendo realizados para reavaliar os padrões de segurança dos diques e preparar a comunidade para os desafios das futuras enchentes. O plano de redução de riscos em desenvolvimento pode ser crucial para mitigar os danos em áreas vulneráveis como o Sarandi.

 

 

 

 

Imagem destaque: Jefferson Botega / RBS

Gabriel Filippozzi

Apaixonado por Futebol e Cultura Geek. Repórter, redator e setorista de Grêmio. @gabrielfilippozzi em todas as redes sociais.

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