Porto AlegrePolíciaÚltimas Notícias

Prédio que abriga famílias vítimas das enchentes tem luz cortada em Porto Alegre

Moradores que perderam tudo nas cheias enfrentam desafio com fornecimento de energia

Hotel arvoredo ocupado por desabrigados porto alegre
Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

Hotel Arvoredo tem energia desligada em Porto Alegre

No início da madrugada desta quarta-feira, o antigo Hotel Arvoredo, situado no coração do Centro Histórico de Porto Alegre, viu suas luzes se apagarem abruptamente. O motivo? Denúncias de furto de energia elétrica, conhecido como “gato”, que ganharam destaque após mais de uma década de abandono do prédio. No interior, uma realidade desoladora: mais de 45 famílias, vítimas das recentes enchentes que assolaram a cidade em maio, agora enfrentam a incerteza de onde chamar de lar.

A operação para o desligamento, conduzida pela Brigada Militar por volta das 0h30min, transcorreu sem incidentes, apesar das circunstâncias difíceis. Carlos Eduardo, mais conhecido como Dunga, relata a difícil decisão de recorrer ao desvio de eletricidade para garantir o conforto de seus quatro filhos e esposa, todos residentes temporários do hotel. Originários de áreas como Sarandi e Humaitá, em Porto Alegre, e Eldorado do Sul, na região metropolitana, eles buscam simplesmente um abrigo digno em meio ao caos pós-enchentes.

“Não foi uma escolha fácil fazer o ‘gato’. Foi uma medida desesperada para garantir um mínimo de conforto, especialmente para as crianças e idosos que estão conosco aqui”, desabafa Dunga, visivelmente abatido com a situação.

Leia mais:

Estudantes de Porto Alegre participam de evento para solucionar enchentes

Região das ilhas em Porto Alegre tem multirão para a retirada de toneladas de areia

Desabrigados enfrentam dificuldades em Porto Alegre

Desde que chegaram em maio, os moradores do Hotel Arvoredo enfrentam um impasse legal: o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul estabeleceu um prazo para desocupação voluntária, que se encerra em breve. Enquanto isso, a comunidade assiste ao desmantelamento das precárias estruturas de sobrevivência que montaram nas dependências do hotel.

Para Dunga e outros residentes, a prioridade é clara: encontrar um lar permanente para suas famílias. Enquanto isso, eles observam, das janelas do prédio, as autoridades cumprirem seu papel, sem confronto, mas com a firmeza necessária.

 

 

 

Imagem destaque: Isabelle Rieger/Sul21

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo