Porto Alegre

Prefeito de Porto Alegre anuncia decisão sobre auxílio para pessoas atingidas pelas enchentes

Melo já havia barrado valores elevados em primeira reunião

Prefeito de Porto Alegre em reunião
Giulian Serafim/ Prefeitura de Porto Alegre

Prefeito revoga veto e sanciona benefícios para atingidos por enchente em Porto Alegre

Em um movimento decisivo, o prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo reverteu neste sábado (8) o veto parcial que havia imposto sobre a lei de socorro municipal aos atingidos pela enchente de maio. Com isso, os três benefícios que tiveram seus valores elevados por emendas de vereadores foram sancionados integralmente. O programa de estadia solidária, que oferece até R$ 1.677 para aluguel habitacional, o auxílio humanitário de R$ 5.240 e o de retomada econômica de R$ 6.287 agora estão assegurados.

O secretário de Governança Local e Coordenação Política, Cassio Trogildo, explicou que o veto, assinado no dia 5 de junho, foi baseado em uma interpretação inicial de que o texto seria impositivo, algo que a prefeitura não poderia arcar financeiramente. “Tínhamos entendido como obrigatório, mas, olhando o texto de forma mais minuciosa, reavaliamos e percebemos que ele está autorizando. Não gera uma obrigatoriedade,” afirmou Trogildo.

Mesmo com a sanção, Trogildo alertou que não há recursos garantidos para os auxílios nos valores definidos pela Câmara. A prefeitura dependerá de aportes dos governos estadual e federal para viabilizar os pagamentos. “O município, hoje, não tem condição de arcar sozinho,” ponderou.

A decisão de Melo também visa minimizar o desgaste político de barrar benefícios importantes para a população afetada pela enchente. Além disso, evitou uma potencial derrota na Câmara de Vereadores, onde já havia articulações para derrubar o veto, inclusive entre aliados do prefeito.

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Mauro Pinheiro (PP), presidente da Câmara, defendeu o investimento público nos auxílios, destacando a importância da retomada econômica. “É mais barato para o município ajudar com R$ 6 mil do que depois as pessoas ficarem desempregadas,” argumentou.

Histórico do Veto

Originalmente, Melo havia vetado as emendas que dobravam os valores dos auxílios humanitário e de retomada econômica, mantendo-os em cerca de R$ 3,1 mil. As emendas dos vereadores Mauro Pinheiro e Monica Leal (PP) aumentaram esses valores para R$ 5.240 e R$ 6.287, respectivamente.

A justificativa do veto mencionava a inviabilidade financeira das medidas devido à queda de arrecadação e aos elevados custos já comprometidos em ações de resposta à calamidade, estimados em R$ 330 milhões.

A prefeitura também enfrenta desafios em relação a outro projeto aguardando sanção, que prevê a isenção de IPTU dos imóveis atingidos. Uma emenda ampliou a suspensão de dois meses para dois anos, o que ainda está sendo analisado pela administração municipal.

Com a reviravolta, o governo Melo busca equilibrar as contas públicas enquanto atende às demandas urgentes dos cidadãos afetados pelas enchentes, numa tentativa de evitar maiores desgastes políticos e sociais.

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