Situação de comerciantes próximos a Arena do Grêmio é preocupante. Veja relato
Empreendedores locais enfrentam desafios após maior inundação registrada no Rio Grande do Sul
Comerciantes se veem sem perspectivas
As águas revoltas do Guaíba não apenas inundaram ruas e lares, mas também afogaram os sonhos de pequenos empreendedores que dependiam do movimento em torno da Arena do Grêmio, no bairro Humaitá, em Porto Alegre. O impacto da maior enchente já registrada no estado deixou um rastro de desolação, comprometendo não só a infraestrutura local, mas também a subsistência de famílias inteiras.
No epicentro dessa crise está o Bar D’Julia, um ponto de encontro emblemático para os torcedores antes das partidas do Grêmio. A administração familiar, liderada por Jéssica da Silva Bueno, de 33 anos, agora enfrenta uma incerteza angustiante. Com o negócio praticamente submerso, Jéssica e seus familiares não só perderam sua principal fonte de renda, como também se viram obrigados a reinventar o próprio propósito do estabelecimento, transformando-o em um centro de solidariedade que distribui centenas de refeições diárias.
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Espera por retorno de jogos e reestabelecimento será difícil para comerciantes
Ao lado do bar, o casal Denilson Braga, 29 anos, e Taís Silva, 30, compartilha o mesmo drama dos outros comerciantes. O que antes era uma fonte de renda extra durante os jogos, agora se tornou uma memória dolorosa. A esperança de reconstrução se mistura com a tristeza de ter que recomeçar do zero, enfrentando não apenas a perda financeira, mas também o desamparo das autoridades e empresas locais.
Enquanto a região luta para se reerguer das águas que inundaram suas ruas e sonhos, fica evidente que a solidariedade e a determinação desses empreendedores são os verdadeiros pilares de esperança em meio à devastação. Que, ao olharmos para o bairro Humaitá, possamos enxergar não apenas os estragos da inundação, mas também a resiliência e a vontade de recomeçar que ecoam em cada relato de quem ousa sonhar, mesmo diante das adversidades mais cruéis.
Foto: Leonardo Catto/Estadão / Estadão
